Os Para-raios Protegem Quantos Metros?
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Para-raios: um componente vital para a segurança de edificações e seus ocupantes. Mas afinal, qual a real extensão da sua proteção? Neste artigo, exploraremos essa questão, com foco em um exemplo prático e considerações técnicas relevantes para leigos e profissionais da área de SPDA.

Exemplo Prático - Método Franklin
Consideremos uma edificação de uso residencial com 30 metros de altura (H), 20 metros de largura (L) e 20 metros de comprimento, equivalente a um prédio com 04 apartamentos por andar e 08 andares. E um captor de para-raios, em um mastro de 09 (nove) metros de altura (h), instalado no topo e ao centro da estrutura.
Cálculo da Área de Proteção:
A área protegida por um para-raios é definida por um cone imaginário com raio (R) e altura (H) específicos. No Brasil, a norma NBR 5419 estabelece diferentes classes de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA), cada qual com seus parâmetros de dimensionamento para o sistema de para-raios.
Para efeito deste exemplo; vamos considerar que a Análise Preliminar de Riscos (NBR 5419-2:2015 ABNT) do SPDA orientou à Classe de Proteção III, e conforme o gráfico abaixo:

Para a classe III de proteção (SPDA), mais comum em edificações residenciais, o raio de proteção (R) pode ser extraído traçando duas retas imaginárias, no plano cartesiano acima, e irá obter-se para uma altura total (H) de 39 metros (altura da edificação + altura do mastro) um ângulo correspondente a 29º (vinte e nove graus), aproximadamente.
Para sabermos quantos metros na base (nível solo) este captor de para-raios protege (Método Franklin), podemos utilizar de uma calculadora online (https://pt.numberempire.com) para cálculos de triângulos retângulos, para facilitar, depois devemos juntar 02 (dois) triângulos iguais a este, e imaginar a edificação inserida ao centro do grande triângulo isósceles formado.

Para utilizar a calculadora, insira a base“b” 39m e insira a altura total (lado a) e o ângulo (beta) 29º:

O resultado neste exemplo é "b" igual a: 21,61m (depois faça x2), ou seja; 43,22 metros será a base do cone de proteção do sistema de para-raios (SPDA) aqui simulado.

Agora que você já sabe utilizar a calculadora, insira outras alturas (H) e outros ângulos correspondentes (ver gráfico – Figura 01) e *Simule vários casos!
*Este método de cálculo de área de proteção do para-raios (SPDA) é algo muito superficial, e num caso real, é necessário buscar a assessoria de um engenheiro habilitado em para-raios.

Considerações Importantes:
- A área protegida é um cone, não uma esfera. Isso significa que a proteção diminui com a distância do para-raios;
- A altura do para-raios é um fator crucial para a sua efetividade;
- A NBR 5419 define outras variáveis que influenciam a área protegida, como formato da edificação, o tipo de sistema de combate a incêndio, índice isoceráunico, a presença de obstáculos, o número de pessoas no local, dentre outros;
- É fundamental consultar um profissional qualificado para o dimensionamento e instalação do para-raios, garantindo a segurança da estrutura e seus ocupantes;
- O sistema de para-raios de uma edificação não é projetado para proteger as edificações vizinhas;
- Cada edificação deve ter o seu próprio sistema de para-raios (SPDA);
- O exemplo prático, deste artigo, ilustra a utilização pelo Método Franklin, há também o Método Eletrogeométrico e Método das Malhas, e podem haver num mesmo sistema de para-raios mais de um método de SPDA empregado;
- O estudo de caso abordado neste deste artigo é um exemplo fictício, sem o cunho de proteção, e serve apenas para entendimento acadêmico, e absorção de alguns conceitos do mundo dos para-raios;
Para-raios: um investimento em segurança que requer atenção especial.
Termos Técnicos Relevantes:
- Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA)
- Para-raios – Método Franklin
- Subsistema de captação;
- Haste Aterramento
- Cone de Proteção
- NBR 5419
Conclusão
A área protegida por um para-raios depende de diversos fatores, como altura da edificação, altura do para-raios e classe de proteção desejada. A consulta com um profissional especializado é fundamental para garantir a segurança da estrutura e seus ocupantes.